Certa vez, estava eu em uma lanchonete aguardando meu pedido que nunca chegava (eu também me lembro que pedido era esse: suco de laranja e um X-tudo) e ao meu lado tinha dois senhores. Os dois com mais ou menos 70 e poucos anos, me pareciam amigos de velha data. Eu como estava sozinha e ao lado, ouvi toda a conversa deles, conversa essa que me deixou intrigada!
O senhor mais velho contava ao outro sobre a história do Sol e da Lua. Segundo ele, o Sol morria de inveja da Lua porque ela não era solitária, tinha as estrelas para lhe fazer companhia, para conversar. O Sol também reclamava que era embaixo dela que os casais apaixonados faziam suas juras de amor. O Sol não se conformava porque Deus o tinha feito solitário daquele jeito, porque ele tinha que ser tão quente?! Desse jeito ninguém poderia chegar perto dele e isso o deixava inconformado. Seu destino era ser só e o Sol não entendia o porquê. Vivia reclamando, murmurando, falando que Deus não gostava dele!
O senhor mais velho contava ao outro sobre a história do Sol e da Lua. Segundo ele, o Sol morria de inveja da Lua porque ela não era solitária, tinha as estrelas para lhe fazer companhia, para conversar. O Sol também reclamava que era embaixo dela que os casais apaixonados faziam suas juras de amor. O Sol não se conformava porque Deus o tinha feito solitário daquele jeito, porque ele tinha que ser tão quente?! Desse jeito ninguém poderia chegar perto dele e isso o deixava inconformado. Seu destino era ser só e o Sol não entendia o porquê. Vivia reclamando, murmurando, falando que Deus não gostava dele!
Seu momento de maior alegria era no entardecer quando via a Lua de longe e eles trocavam algumas palavras e depois o Sol desaparecia para a entrada da Lua...
A Lua por sua vez invejava o Sol, achava ele superior, afinal ele era o astro rei, era ele quem esquentava o dia, bronzeava os corpos quase nus na praia, deixava os dias mais alegres... A Lua vivia imaginando como era ser o Sol. Além do mais ela vivia na escuridão, não sabia o que era claridade. A noite inteira ficava conversando com as estrelas imaginando como seria ser o Sol.
Sua maior alegria era que no entardecer ela via um pouquinho da claridade do Sol, mas logo ele se ia! Como ela torcia para que ele ficasse mais um tempinho...
Foi neste exato momento que meu pedido chegou. Juro que queria que demorasse mais um pouquinho, só até o final da história. Tentei continuar prestando atenção, mas não teve como, o garçom sentou ao meu lado e ficou tagarelando. Por dois segundos senti uma profunda vontade de mandar ele ficar calado, será que ele não percebia que eu queria prestar atenção na história dos velhinhos?
E o meu lanche acabou e junto deve ter acabado a história dos senhores. Fomos para a fila do caixa juntos, eu sentia uma curiosidade enorme, vinha uma vontade de perguntar qual era o final da história. Mas, e a vergonha? O que eles iam pensar de mim? Ficar ouvindo conversa alheia é feio, eu sei.
Na semana seguinte me mordi de curiosidade e de arrependimento por não ter perguntado o final da história para os senhores. Fiquei imaginando mil e um desfechos... a Lua se encontrando com o Sol e eles falarem das suas histórias, sei lá o que teria acontecido!
Depois de ter passado minha curiosidade mórbida, comecei a meditar nessa história e como ela se aplica a nós...
Quantas vezes olhamos para a vida do outro e pensamos: "nossa! como deve ser bom ser ele. Afinal, ele é rico e o dinheiro resolveria todos os meus problemas". E esse rico olha para sua vida e fala: "eu daria toda minha riqueza para ter essa alegria, para ter essa quantidade de amigos".
Fico aqui pensando como somos ignorantes, insatisfeitos com o que temos, não sabemos reconhecer nossas bençãos, passamos mais tempo olhando para a vida do próximo e analisando o que ela tem de bom, do que agradecendo pelas dádivas que Deus nos deu!
Assim como o Sol queria ser a Lua e vice-versa, quantas vezes não queremos ter a alegria ou o dinheiro de alguém, ou o corpo de fulano ou de ciclano, ou ainda a fama de beltrano... Achando que isso resolveria nossos problemas!
Deus nos criou assim e temos um propósito na forma como somos...
Imaginem se existisse só a Lua: não teríamos o dia, não teríamos o calor, não teríamos luz, não teríamos praia...
Agora pensem se existisse só o Sol: não teríamos luares tão lindos, noites estreladas, lua cheia, noite romântica, sono profundo...
PARA TUDO HÁ UM PROPÓSITO...
Hoje agradeço por não ter escutado o fim da história! E torço para que encontre novamente aqueles velhinhos para que eles me contem outra história tão linda! Ou melhor, para que eu escute outra história tão maravilhosa como a do Sol que queria ser Lua e da Lua que sonhava em ser Sol!
Por
Amanda S. Menezes
0 comentários:
Postar um comentário